O mercado imobiliário está em constante mutação, com clientes cada vez mais exigentes e uma oferta cada vez mais limitada. As novas tecnologias têm sido ferramentas indispensáveis para as empresas aproveitarem para crescer neste mercado que, para Duarte Ferreira dos Santos, Vice President of Investments em Lisboa da Casavo, “continua a ser muito fragmentado, complexo e offline”.

Em entrevista à ‘Executive Digest’, Duarte Ferreira dos Santos considera que apesar do impulso que a pandemia trouxe à digitalização do setor imobiliário, a indústria do imobiliário ainda se caracteriza por ser tradicional, offline e muito dependente de processos burocráticos e físicos. Para ele, as soluções tecnológicas que surgiram nos últimos anos tornam possível otimizar processos, tornar o mercado imobiliário mais rápido, simples e descomplicado, e melhorar a experiência de todos os intervenientes, sejam eles compradores, vendedores, senhorios, arrendatários ou mesmo agentes imobiliários.

 

O mercado imobiliário português

“O mercado residencial português, e, em particular na área metropolitana de Lisboa, tem uma dimensão de transações interessante, fruto da preferência cultural para comprar casa em vez de alugar. Além disso, o parque habitacional na capital encontra-se bastante envelhecido e desatualizado, tendo a grande maioria das casas sido construídas antes dos anos 80”, explica.

Para dar resposta a uma oferta envelhecida, através da remodelação das casas que a Casavo compra, estão a contribuir para a renovação dos imóveis antigos da cidade e para a melhoria da sua eficiência energética.

“O mercado imobiliário português, como outros mercados do sul da Europa, continua a ser muito fragmentado, complexo e offline, apesar de a pandemia ter acelerado uma mudança no comportamento dos clientes no sentido da adoção do canal digital”.  Duarte Ferreira dos Santos acredita que, neste aspeto, ainda há muito para fazer, nomeadamente na adoção de ferramentas digitais para trazer mais transparência ao mercado e para melhorar a experiência do comprador e do vendedor.

 

400 milhões de euros para escalar o negócio

A Casavo levantou recentemente uma nova ronda de investimento de 400 milhões de euros que é composta por uma ronda série D de 100 milhões de euros e uma linha de crédito de 300 milhões de euros.

“O valor total angariado pela Casavo será utilizado para escalar o negócio e consolidar a liderança na Europa. Esta combinação de equity e dívida é um reconhecimento do nosso crescimento sustentado e da confiança que os investidores têm na nossa visão a longo prazo. Esta ronda permitir-nos-á consolidar a nossa liderança na Europa, crescendo nos mercados onde já operamos, nomeadamente, Portugal, Espanha e Itália, e expandir para novos mercados, sendo França a nossa prioridade”.

 

 

Uma ferramenta que permite avaliar imóveis de forma instantânea

Neste contexto, o Vice President of Investments explica que a Casavo disponibiliza uma ferramenta que permite aos vendedores avaliarem o seu imóvel de forma instantânea. “A Casavo consegue apresentar uma oferta em 48 horas e formalizar a compra numa questão de dias, com uma só visita… Através do uso de um algoritmo patenteado, a Casavo assegura que a oferta apresentada é justa e baseada em critérios objetivos”.

Do outro lado, quem procura comprar casa, a Casavo apresenta um portefólio de imóveis prontos a habitar, com elevada eficiência energética e com design moderno e atraente, que podem ser encontrados na plataforma e visualizados remotamente através de tecnologia imersiva.

 

O futuro do mercado imobiliário em Portugal

Olhando para o futuro, Duarte Ferreira dos Santos acredita que “devido à falta de oferta de construção nova e à elevada procura originada pelas necessidades das famílias pós-pandemia, não prevemos que o mercado de casas renovadas seja significativamente afetado pela conjuntura que vivemos, em particular as casas que apresentem preços enquadrados com os rendimentos dos portugueses”.

No entanto, vê um abrandamento que poderá ser fruto não só do aumento do custo de vida das famílias associado ao contexto geopolítico atual, mas também da subida das taxas Euribor e das novas regras que o Banco de Portugal aplicou aos créditos habitação, que poderão contribuir para aumentar os encargos das famílias.

“Na nossa opinião, de forma a atender às necessidades das famílias será cada vez mais importante renovar as casas usadas, que se encontram envelhecidas e desatualizadas”, remata.

Fonte: https://executivedigest.sapo.pt/mercado-imobiliario-portugues-continua-a-ser-muito-fragmentado-complexo-e-offline-diz-vice-president-of-investments-da-casavo/